terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Simples Assim

Discorrer sobre assuntos genéricos é sempre um problema. Você pode pensar em um milhão de coisas. Meu "processamento" é assim decido sobre o que vou escrever, monto todo o texto na cabeça (literalmente, todos os parágrafos) e, subitamente, algo acontece e me vem um insight (eu gosto dessa palavra) e aí começa todo o processo de criação de novo. Só ontem mudei de ideia pelo menos umas seis vezes e ainda estou decidindo sobre o que escrever. Primeiro pensei em falar sobre como estamos sempre com pressa para tudo, sempre no mundo do rush; depois pensei em falar sobre lealdade, como as amizades podem ser melhores se esse valor for cultivado e sempre trabalhado, é incrível o que um animal de estimação pode lhe ensinar mesmo sem dizer uma única palavra! Pensei também em falar sobre vontade própria, autoestima (olha as novas regras de novo), positividade, mas iria acabar transformando em um texto de autoajuda e não sou muito fã desses. Fora alguns outros que vieram a tina em momentos inesperados e inoportunos, mas não menos interessantes. Depois de passar por tantas ideias, tantos textos montados na cabeça, me ocorreu que eu estava complicando um momento extremamente simples. Por que não escrever sobre o primeiro assunto que me vier? Por que eu estava complicando? Não deveríamos ser mais simples nas nossas escolhas? É isso, simplicidade!

Tenho um amigo no trabalho que adora complicar tudo, pense em algo que é extremamente fácil, dê a ele, vai sair algo bem complicado! Não que ele esteja errado, como analista de sistemas, o entendo. Ele procura sempre fechar todas as possibilidades de falhas e, normalmente, ele esta certo. O problema é que trabalhamos em uma fábrica que acontece todos os tipos de problemas mais inesperados que se possa imaginar, situações adversas, exceções. Coisas que normalmente acontecem apenas uma vez e que resolveríamos de uma forma bem simples acabamos fazendo o complicado por que não "podemos" (o complicador não deixa) deixar aquela situação em aberto para que aconteça novamente. A mais nova dele foi desenvolver uma cadeia de caracteres que identifica o produto, em qual versão esta, que tipo de atualização foi usada, em qual fase do processo ele se encontra, etc. E isso só porque um determinado produto precisou de uma atualização para consertar o comando de uma das teclas. Eu mereço! Mas também tenho que lhe dar crédito, muitas das ideias e complicações que ele inventou estão ajudando e facilitando muito o nosso processo hoje, por mais que tenha dado dor de cabeça para fazer!

Mas mesmo que as vezes seja necessário complicar tento sempre escolher pelo meio mais simples, seja no modo de decidir, seja na maneira de falar; as vezes, por falar de uma maneira bem simples e resumida soa como grosseria, não o é, mas também não me importo "festinus intellige, tardus loquere" (Entenda primeiro, fale depois), Fernanda Young disse uma vez --"O problema é que quero muitas coisas simples, então pareço exigente"--. Poderia tomar todo o assunto citando exemplos disso. Mas não é isso que quero! O exemplo mais poderoso de simplicidade que o mundo já viu se resume em três letras e um número, e seu dono, ninguém menos que Albert Einstein (E=mc²), alguém duvida disso? Ele próprio, sobre a simplicidade disse --"Tudo deveria se tornar o mais simples possível, mas não simplificado"-- sua fórmula que o diga! Muitos que fizeram e fazem parte da história do nosso mundo deixaram dicas muito boas sobre simplicidade, então por que não, nós, que ainda (é claro, um dia qualquer um de nós pode mudar o mundo) não somos história, não podemos ser também simples e levar a vida com simplicidade. Será que é tão difícil assim? Eu respondo essa com facilidade, CLARO QUE NÃO! Só precisamos querer assim! Já ouvi muitas vezes a frase --"Não é tão simples assim"-- eu mesmo já a proferi algumas vezes, na maioria delas eu estava errado, era "tão simples assim"! Para aqueles que se definem sofisticados demais, deixo um adágio de ninguém menos que Leonardo da Vinci --"A simplicidade é o último grau de sofisticação"--.

Sejamos mais simples no modo de ser, nos nossos relacionamentos, com os próximos, com nossa família, com... Tudo bem... Não vou dizer só "tudo"...
Com quase tudo!

Um Feliz Ano novo cheio de realizações e conquistas para todos!

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Um Pouco de Inocência

Engraçadas as situações pelas quais passo que me dão inspiração para escrever aqui no blog (pelo menos para mim). Até ontem estava decidindo entre uma infinidade de diferentes temas para escrever. Então, após a academia, fui para uma lanchonete com umas amigas e lá, conversamos variados assuntos. Nada sobre arquitetura, literatura, política e coisas afins. Apenas bobagens daquelas que nos fazem rir de um modo sincero e puro. Num dado momento da conversa as meninas comentavam sobre uma etapa de suas vidas (não escreveria aqui nem sob tortura) muito, digamos, interessante. Fizemos muitas piadas e trocadilhos infames sobre isso e nos divertimos muito. Naquele momento já tinha o tema para escrever, o que deixou as meninas bastante preocupadas. Quando a conversa mudou de rumo falamos sobre o que fazer no Natal quando alguém falou sobre o Papai Noel, como assim? É isso mesmo, Papai Noel, o gorducho de roupa vermelha, gorro vermelho, vive acompanhado de suas renas e tem um monte de duendes como operários. Assim contam os contos!

Resolvi, então, resgatar uma parte da minha inocência de quando ainda era criança, brincava com vigor e sorria de verdadeira alegria (mas de tanto aprontar, apanhava que era uma beleza também). Nessa época também acreditava no bom velhinho de roupa vermelha (tenho uma cisma com essa roupa e acho que a coca-cola tem muito a ver com isso), em Coelhinho da Páscoa, no velho do saco, no bicho papão, na kombi que levava as crianças; tinha medo da cuca, do monstro que ficava embaixo da cama e em mais uma diversidade de coisas que só mesmo uma criança em toda sua inocência acreditaria! Já dizia Rousseau, a inocência não se envergonha de nada! Uma criança não se envergonha de acreditar e ser feliz ou de ter medo daquilo que acredita. Seguindo essa premissa de Jean Jacques perderei aqui a vergonha de escrever para o bom velhinho uma carta simbólica e também pessoal.

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Querido Papai Noel,

Talvez se impressione com minha carta, considerando minha idade, é claro. Primeiro, lembrando dos tempos em que era criança e que pedia com um egoísmo inocente à minha mãe para escrevê-lo pedindo alguma coisa sem dizer nada, quase exigindo, --"diz para o Papai Noel que quero uma bicicleta"-- gostaria de te pedir desculpas por tais atitudes, só hoje, com maturidade suficiente sei que não devemos ser egoístas em nada nas nossas vidas! Logo em seguida gostaria de dizer-te como me portei durante esse ano, afinal precisa decidir se sou ou não merecedor de alguma coisa.

Me afastei de alguns grandes amigos e até discuti com outros, não porque deixei de gostar deles, apenas me afastei. Quero deixar bem claro que continuam meus amigos e os tenho profunda admiração, mesmo não estando tão presente quanto antes. Acredito que de alguma forma, por me afastar, os magoei e não tive a coragem ou sabedoria para pedir desculpas ou tentar explicar o porquê de ter me afastado talvez nem eu saiba ainda. Algumas vezes, mesmo com a maturidade que adquiri ao longo da minha vida, fui egoísta e sei exatamente quando esses momentos aconteceram. Algumas vezes fiz julgamentos de pessoas que não conhecia. Outras vezes não fui gentil quando deveria o ter sido. Gastei muito dinheiro com bobagens quando poderia tê-lo usado com fins mais úteis. Acusei injustamente pessoas pelo que não fizeram.

Só espero que o lado bom daquilo que fiz possa superar tudo aquilo que não foi tão bom assim meu bom velhinho. Ao longo do ano eu ajudei desconhecidos com tarefas simples, fiz gentilezas sem esperar nada em troca, sempre que pude ajudei meus amigos as vezes até privando-me de meus lazeres (afinal "ajudar não dói" filosofia Eak The Cat), tentei da melhor forma possível fazer com que algumas pessoas enxergassem o lado bom de tudo que o(a) envolve, pois não devemos ficar ao chão quando a vida nos faz cair e sim levantar e tentar novamente ou recomeçar, alimentei pessoas que estavam com fome, doei roupas a quem precisava, fiz doações a instituições de caridade, sempre que tive oportunidade passei meu conhecimento adiante, mostrei quando pude que educação ainda é a melhor solução para qualquer adversidade, fui companhia quando não havia mais ninguém para fazê-lo, dei lar para quem precisava, fiz coisas inesperadas para dar felicidade, reencontrei amigos de longas datas e nos divertimos bastante, fiz novos amigos(as) que são, hoje, muito importantes na minha vida, fi-los(las) sorrir muitas vezes apenas para admirar toda a graça que uma face em felicidade mostra. Bom senhor Noel no momento não consigo lembrar mais, mas creio que não seriam muito mais coisas a adicionar.

Fazendo-o ver tudo aquilo que fiz de ruim e de bom espero poder deixar a impressão de quem fui durante este ano para, assim, poder decidir se sou ou não merecedor de algum presente. Hoje, senhor Noel, não tenho necessidade (necessidade, que fique bem claro) real de nada material (estaria mentindo se dissesse que não tem nada material que não queira, um avião, uma super moto, um bugatti veyron, coisas bem simples). Então senhor Noel, o que peço é nada mais do que mais consciência para mim e todas as pessoas à minha volta, mais sabedoria, mais gentileza, mais educação e mais serenidade. Que consiga manter minhas amizades e fortalecê-las ainda mais e que possa reencontrar os amigos dos quais me afastei. Acho que isso já esta de bom tamanho, afinal, nem sei se mereço tanto e depois de tantos anos sem escrever para o senhor não quero abusar de sua boa vontade.

Sinceramente,
Jorge Campos
a.k.a. Insólito Pensador
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Sejamos mais inocentes no nosso dia-a-dia só assim poderemos conquistar valores a muito perdidos. Invejo sempre essa qualidade nas crianças.

Feliz Natal a todos!

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Conhecimento

Em dado momento (há muito tempo atrás) conversando com alguns amigos o assunto da conversa convergiu para o estado crítico de certo e errado! Falávamos sobre conhecimento. Foi um caso sério discutir conhecimento com valores abstratos como certo e errado relativos ao caráter de uma pessoa. A discussão, de um modo geral, girou em torno das vantagens de ter mais conhecimento que o outro, até onde isso era bom ou ruim. Uma das pessoas envolvidas na conversa defendia veementemente que sempre devemos ter mais conhecimento que as outras pessoas, principalmente se quisermos ter sucesso na vida profissional! E, se para isso, precisássemos não passar o conhecimento adquirido, tudo bem, seria moralmente (isso mesmo, eu ouvi a pessoa dizer moralmente) correto. Nesse ponto a discussão passou a ser sobre moral, caráter e valores.

Na minha forma insólita de pensar, o conhecimento deve sempre ser difundido e as pessoas devem utilizá-lo da melhor forma possível seja para crescer profissionalmente ou individualmente! Como posso considerar moralmente correto deixar de ENSINAR? Tenho um grande amigo que usa em seu gtalk a frase "um verdadeiro líder não faz seguidores e sim outros líderes" (créditos a quem de direito) o que é uma grande verdade.

Uma das artes mais antigas da humanidade é a passagem do conhecimento! Lá no tempo das cavernas os pais ensinavam (ou iniciavam, como contam os historiadores) os seus filhos na atividade da caça, esse é apenas um de milhares de exemplos! Porque temos que retê-lo, guardá-lo a sete chaves? Ninguém é melhor que outra pessoa quando o aspecto é o conhecimento. Um indivíduo não tem mais conhecimento que outro, eles apenas têm conhecimentos diferentes, isso na minha forma de pensar, que fique bem claro! Um exemplo disso seria comparar o conhecimento de uma pessoa que acabou de se formar e que teve uma vida abastada pelo sustento dos pais com um morador de rua! Muitas pessoas diriam que o cara que terminou o curso, com certeza, tem mais conhecimento. E se modificarmos a pergunta? Do tipo, quem sabe "se virar" melhor na sarjeta? Creio que a grande maioria concordaria comigo quando desse como resposta: o morador de rua (mas sempre tem as pessoas intituladas "advogados do diabo" e vão discordar)!

Nesse nosso mundo consumista, capitalista, as pessoas tornaram-se mais egoístas quanto às suas habilidades. Certa vez ouvi alguém me dizer --"você nunca deve ensinar tudo que sabe, vai passar seu ouro!"-- o que me pôs a pensar, por que não posso passar meu "ouro"? Se ele é valioso para mim, por que não pode ser para outra pessoa? Morrerei defendendo que o conhecimento deve ser difundido, repassado! Mas isso é questão de escolha pessoal e minha escolha é pensar que não fazê-lo é moralmente errado! Uma das definições de conhecimento, no dicionário, diz: "Ato de conhecer algo pela razão, pela experiência ou pela informação recebida". Não importa de onde o conhecimento veio, se tiver a oportunidade de passá-lo adiante, faça-o! E sempre com um sorriso. Além do próprio conhecimento, estará passando felicidade e gentileza.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Escolhas

Tudo que fazemos em nosso dia a dia é baseado em escolhas, as vezes imperceptíveis, as vezes difíceis e as vezes quase impossíveis (mas essas não são comuns, ainda bem!). Então, o que há de tão especial em fazer escolhas? Eu realmente ainda não descobri, mas sei que elas influenciam todo e qualquer andamento na sua vida conseguinte. Uma das coisas mais importantes que aprendi durante minha, ainda, curta vida (quase na versão 3.0) é que todas as escolhas, por pior que sejam, ainda podem ter ou trazer bons resultados! Tudo vai depender da forma com que você a trata. Um exemplo bem simples é quando jogamos na loteria (sem conhecimento de causa, nunca tirei um só centavo do bolso para apostar) se você escolher pensar em probabilidade, matematicamente falando, suas chances de acertar na loteria serão de mais ou menos 1 em 50.000.000 (para os mais certinhos: x=60!/(6! x (60-6)!), isso mesmo, uma em cinquenta milhões! Adicione a esse cálculo a quantidade de pessoas que jogam na mega sena e isso pode cair um pouquinho mas mesmo assim ainda é muito alto. Bom, se eu jogasse, a escolha que faria seria por pensar em "minhas chances de acertar", ou seja, 50%, simples assim. Toda escolha pode ser simples e ter consequências ainda mais simples basta que se pense pelo lado bom.

No domingo passado (06/12), um amigo e eu fomos buscar uma amiga no aeroporto aqui em Salvador, ela me falou que o horário de chegada do vôo era 00:30, sempre pontual, estava adentrando o aeroporto às 23:40 para esperá-la chegar, no entanto, meu amigo, ao verificar o horário me convenceu de que estava cedo e de que poderíamos ainda dar uma volta fora dali antes do horário. Naquele momento aquela me pareceu uma escolha sensata, ora, que ficaríamos fazendo no aeroporto por 50 minutos? Fomos então em direção a Vilas do Atlântico conversando e discutindo assuntos diversos, em certo que naquele horário não veríamos muita coisa! Enfim, quando próximo ao horário voltamos ao aeroporto, ainda dentro do previsto, e a encontramos lá, sentada, de malas em punho, esperando por quase uma hora! Naquele momento fiquei imaginando --"o avião chegou antes do horário?!?!"-- No que ela me disse --"horário de verão amigo!"--. As vezes as escolhas que fazemos não afeta somente o nosso mundo mas diretamente a outros e é por isso que sempre temos que refletir bastante ao fazê-las, mesmo as mais simples! Se tivesse escolhido ir para o aeroporto "esperar" teria chegado atrasado apenas 10 minutos e não quase uma hora.

Sendo as escolhas fáceis ou difíceis e criando a ideia (essas novas regras de português são um saco) de que precisamos sempre pensar nelas antes de fazê-las, tenha a consciência de que você controla apenas o seu comportamento e o de ninguém mais (a não ser que você seja um chefe chato). Tudo que você pode fazer por outra pessoa em relação ao comportamento é dar informações e cabe a ela fazer sua própria escolha. Merdas acontecem (adágio inglês "shit happens") e isso não necessariamente acontece por causa das escolhas que fazemos as vezes simplesmente acontecem e pronto! As vezes alguém faz uma escolha que lhe faz bem mas faz mal a você e esse é o exemplo clássico. Lembrem-se sempre que, HOJE, somos reflexo do que escolhemos no passado mas no AGORA, só podemos satisfazer nossas necessidades básicas e continuar planejando satisfazê-las no futuro. As escolhas que você fez, faz ou vai fazer só podem satisfazer suas necessidades se, estas, estiverem no quadro que você faz do seu mundo (melíflua metáfora). O seu comportamento é exatamente a reação de suas escolhas (terceira lei de Newton: ação e reação), por isso, volto a dizer, pense direitinho nelas. Suas escolhas são reflexos diretos de 3 componentes: pensar, sentir e agir!! Pensem nisso e façam sempre as escolhas certas!!


terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Independência...

Bom, aqui vou eu mais uma vez. Tenho que começar com um algo bem engraçado (pelo menos para meu amigo e eu) sobre este elemento tecnológico que, por fim, resolvi adentrar. Semana passada (mais ou menos na quinta, 26/11) ao apresentar este blog a um grande amigo blogueiro (doces regras da nossa língua vernácula, neologismo extrínseco) de longa data, pois sua opinião me seria muito gratificante fosse ela boa ou ruim, em toda sua plenitude e sensatez, me deu ótimos conselhos. Um deles dizia respeito ao hábito de escrever, disse-me ele: é isso aí com o tempo você vai se acostumando a escrever. Respondi de pronto: este é um hábito que já tenho amigo, porém o faço em um caderno! Casa de ferreiro espeto de pau! Rimos muito disso, para quem não sabe, sou o tipo de pessoa que respira tecnologia e um caderno não se encaixa de maneira nenhuma nesse mundo com tantos concorrentes (leia-se word, wordpad, bloco de notas e tantos outros). Quando tive a idéia de criar este blog pensei em transcrever meus escritos, mas achei melhor não fazer isso, não por algum tipo de motivo sórdido ou oculto, são meramente textos sem nexo, poemas, tentativas frustradas de contos.

Gosto muito de conversar, principalmente se o princípio da conversa levar a ajudar alguém a pensar de uma forma mais particular que o(a) leve a sair de seu mundo ou pelo menos ter um insight em outra visão. Muitas de minhas amigas sabem disso e me dão o crédito da confiança. Normalmente passamos horas a fio conversando sobre seus relacionamentos e como eles são complicados. Mas é justamente sempre esse, meu ponto de vista, por que tem que ser complicado? Quem criou essa idéia? Foi a cultura geral, o machismo, o aprendizado que "vem de berço". Estamos em pleno século XXI e as pessoas, pelo menos a maioria delas, ainda se relacionam como se estivessem vivendo em no século XIX e homens e mulheres continuam colocando-se em seus papéis, o homem, figura paterna, protetor, trabalhador, chefe de família; a mulher, protegida, dependente, dona de casa. Esse pensamento é, de um modo geral, ainda aplicável sim à maioria absoluta da população que é de classe baixa. As pessoas com condições melhores de vida são mais independentes e pensam diferente, mas há ainda algo muito comum, principalmente nas mulheres e que é totalmente incongruente com essa ideia independência. Elas estão preocupadas em achar um homem que lhes passe segurança, que seja sincero, que seja amoroso e carinhoso. Ora, não são essas características da cultura geral? Porque um homem precisa tanto passar segurança se elas são independentes, donas de si! Não seria esse motivo suficiente para eliminar essa característica? É estranho, pelo menos para mim, pensar que uma pessoa tem que depender de outra para o que quer que seja, salvo exceções, claro!

Ainda não descobri por que mulheres e homens tentam tanto provar habilidades um ao outro, acho que esqueceram que o personagem central de suas histórias são eles mesmos e mais ninguém. Se alguém complementar ótimo, mas isso não fará toda diferença do mundo. O fato é que homens e mulheres são muito diferentes apenas isso. Apesar da sociedade querer tanto provar o contrário, de que homens e mulheres possuem as mesmas habilidades e capacidades. Homens e mulheres SÃO SIM diferentes e não sou eu a dizer isso, são idéias de antropologistas, cientistas, sociólogos, enfim, pessoas que dedicam suas vidas aos estudos. Mas eles não estão preocupados em divulgar esse tipo de afirmação, do contrário, tornariam-se párias de nossa sociedade politicamente correta e essa é uma afirmação que está num livro que li a algum tempo e muito bom "Porque Os Homens Fazem Sexo E as Mulheres Fazem Amor" de Allan e Barbara Pease. E a afirmação do livro em relação à posição da sociedade quanto as diferenças Homem x Mulher é que isso os leva a relacionamentos difíceis para não dizer, penosos. E é completamente verdade. Temos que entender nossas necessidades antes de mais nada e não cobrar atitudes politicamente corretas do(a) parceiro(a). Tive uma namorada que achava completamente errado eu preferir, as vezes, estar com meus amigos a estar com ela! Ora quando me deparei com essa situação a primeira vez fiquei pensando -- "será que ela percebe que meus amigos estavam aqui antes dela?"-- e levei algum tempo, tenho que dizer, para entender suas razões. Relacionamento acabado foi o resultado, claro que não foi só por isso, mas por uma soma de fatores, mas isso é uma outra conversa.

Homens e mulheres têm que se tornar mais independentes um do outro, principalmente as mulheres, que em sua maioria quando estão em um relacionamento se dedicam só a ele e, muitas delas, esquecem até que tem amigas. Vejo isso acontecer o tempo todo. Algumas delas por medo de perder o relacionamento dito "perfeito", ora, mas que perfeição é essa em que um passa a ser sombra do outro? Então, vivam a vida de vocês em plenitude primeiro, para depois se dedicar a alguém. E isso vale aos homens também, desencanem, não reprimam as mulheres por quererem sair para divertir-se com as amigas, você faz isso e muitas vezes sem que ela saiba. Confiem mais uns nos outros. Os valores mais antigos e mais verdadeiros, que deveriam perpetuar-se é que estão se perdendo. São eles o respeito, a confiança, a honra. Aprendi uma coisa na minha vida sobre relacionamentos e que pode ser transcrita em uma frase bem pequena: Em um relacionamento, existem três vidas: a minha, a dela e a de nós dois. Aprendamos a respeitar isso!

terça-feira, 24 de novembro de 2009

O Começo

Minha primeira atuação como um blogger, o que esperar?! Bom, nem eu sei ainda mas escreverei assim mesmo. Bom começando a falar de mim (o quão egocêntrico pode ser isso? Vai saber!), posso dizer que sou diferente em certos aspectos e com certeza na forma como encaro as oportunidades de pensar ou analisar um determinado assunto ou todos em geral. Sou reflexo direto de meu trabalho em gênero, número e grau! Mas ainda não virei um workaholic e nem quero passar por isso, tenho amigos a minha volta que estão vivendo um momento assim e posso dizer claramente que não é algo legal. Quando cotejo minha semelhança ao trabalho vejo que é pura e diretamente ligada a minha forma de pensar, ou seja, lógica pura e absoluta! E usando essa forma de pensar errei bastante, não, errei para caralho (desculpem, nenhum outro adjetivo se encaixaria melhor aqui)!! Mas pondo em conjuntura social é a melhor forma de tirar conclusões sobre os acontecimentos que nos cercam, seja na vida social, seja nos relacionamentos. Neste último a grande maioria das pessoas reclusas a princípios éticos e morais totalitaristas não concordariam comigo e no mundo dessas pessoas eu seria o Copérnico com teorias diferentes, para não dizer completamente inaceitáveis.

Bom deixemos o assunto sobre esse insólito de lado, nesta parte fiz uma pequena pausa, --em pensamento-- "que porra eu vou escrever agora?". Daí me veio a lembrança uma história que li a algum tempo sobre Psique e Cupido. A história conta que Psique era tão linda, mas tão linda que causou profundo ciúmes em uma deusa, Vênus, ora, ela própria deusa da beleza! Ironia?! Vamos ao que interessa, num dado ponto da história Psique se casa com Cupido, mas não sabe que ele é seu marido, pois este só a vê na escuridão e a proibiu de vê-lo. (...) As irmãs de Psique com ciúmes de tudo que o marido a tinha dado (palácio, riquezas, mordomias), então envenenaram os pensamentos puros da moça, dizendo-lhe que ela havia casado com um monstro e que deveria matá-lo. Esta, então pôs-se a fazê-lo. Mas ao encontrar Cupido dormindo viu sua beleza e, óbvio, desistiu de matá-lo. Para seu infortúnio acordou Cupido e este a expulsou e a tirou tudo que lhe havia dado. E mais um monte de blá, blá, blá e eles acabam juntos no final da história.

Analisando de forma muito peculiar vejo nada mais do que a perpetuação de uma cultura do seguir o bom senso, seguir o pensamento geral. Normalmente as pessoas não fazem aquilo que é certo para si, fazem o que é o certo para a maioria. Quando Psique põe em dúvida sua forma de vida perfeita por conta do pensamento hostil de suas irmãs e seguindo seus conselhos acaba por fazer besteira e olha que ela viveu muito bem sem se preocupar com a aparência ou com quem era seu marido. A verdade é que o sistema e o bom senso são fundados em regras constantes e não mutáveis, pessoas com com insólitos pensamentos são vistos de algumas formas peculiares. São diferentes (e esse é o modo educado), são malucos, são controversos, até mesmo quando fazem o que a educação manda, são caretas. As mulheres se arrumam, em geral, para outras mulheres. Os homens vivem contando vantagens para seus amigos sobre suas façanhas. Seguimos padrões. Fico a me perguntar que mal faria respeitar as diferenças e as escolhas de cada um? Que mal faria se não nos preocupássemos tanto em julgar o que fulano ou beltrano faz ou deixa de fazer? Que mal faria? Essa é bem simples de responder, tornaria-se um excluído. Cada vez mais penso que o insólito é utopia.