domingo, 7 de fevereiro de 2010

Planejar Ou Não?

Ontem assisti a um filme, Up In The Air ("Amor Sem Escalas" no Brasil, o que não faz o menor sentido com o assunto tratado no filme, como de costume) e a dada altura, percebi que não estava simplesmente vendo um filme, estava diante de um espelho em certos aspectos. Parei o filme por uns instantes para refletir, mas não o bastante, continuei com o filme. É realmente muito bom, antes de tudo, para aqueles que acham que é uma comédia romântica ou um romance como o nome nacional sugere, não percam seu tempo, é um drama e dos bons. No geral o filme fala sobre o estilo de vida de um cara que não tem o menor apego social, sua vida se resume ao seu trabalho e a sua busca incessante por um objetivo (não muito, digamos, louvável). Não vou comentar mais nada sobre o filme, não sou crítico de cinema e nem quero adentrar esse meio.

No pequeno instante em que parei para refletir sobre o que tinha visto no filme percebi algo bastante verdadeiro na minha vida, estou sempre trabalhando, ganhando e gastando dinheiro sem um propósito realmente definido, um, digamos, plano de vida. Mas até que ponto ter um plano de vida é algo realmente interessante ou necessário? Esta é um pergunta que se equipara a discutir religião ou futebol, nunca haverá um consenso.

Nosso bom e velho sambista Zeca Pagodinho que o diga --"deixa a vida me levar, vida leva eu..."-- esse, com certeza é o tema predileto das pessoas que preferem não objetivar sua vida. --"É preciso amar as pessoas / Como se não houvesse amanhã / Por que se você parar para pensar / Na verdade não há"-- essa é uma frase da Legião que cabe perfeita ao assunto. Poderíamos discutir aspectos desde sociais até metafísicos com esse trecho de música. Viver sem determinar objetivos, sem planejar, pode te dar um "Q" (essa foi uma metonímia) de mistério, um desejo por novas descobertas, por novas amálgamas (e agora, zeugma). Se você simplesmente viver, pode sim encontrar tudo isso e pode ser que realmente valha à pena. Criar objetivos e segui-los pode dar a impressão de excesso de controle, mas isso, também é discutível. Saber viver consigo mesmo é algo que precisa de bastante auto confiança, então se a escolha for por viver a vida, que o faça da forma mais sensata possível.

Embora seja algo bom viver por viver, sem criar objetivos, é também bastante prudente a criação de planejamentos. Principalmente se você é o tipo de pessoa que almeja uma família, estabilidade, sucesso. Tudo isso traz sim felicidade, assim como a escolha anterior. Muitos especialistas em administração tratam o planejamento como o "ato superior", a fonte de todo e qualquer sucesso. Não posso discordar disso seguindo o script perfeitamente você pode chegar lá. Resumindo tudo que já li sobre o assunto, as dicas principais são: faça uma lista de tudo que você deseja (não precisa ser totalmente possível, apenas escreva o que você quer), pegue essa lista e faça uma divisão entre o que é mais fácil e o que é mais difícil; após isso você terá que verificar, primeiro para as mais fáceis, o que é necessário fazer ou aprender ou aonde chegar. Se para esses objetivos você tem que aumentar seu benefícios financeiros, crie um plano de aprendizado em você, isso mesmo, invista em seu conhecimento. Com tudo isso em mãos, só há mais uma dica que vai ajudar bastante, invista seriamente no seu networking as pessoas que você conhece ou que vai conhecer, poderão sim influenciar diretamente na conclusão de seus objetivos. Fazendo tudo isso você terá um planejamento perfeito para sua vida.

Bom, na minha opinião, planejar é bom, mas cria, pelo menos em mim, a sensação de que minha vida vai ser apenas uma novela com tudo pré-definido. Prefiro ainda descobrir o que esta por vir e aonde posso chegar sem um roteiro, do contrário não seria eu digno do título que me leva a escrever neste blog.