sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Sozinho, será?!

Domingo foi um dia bem tranquilo, escolhi fazer absolutamente nada (pleonasmos da língua). Acordei cedo por volta de meio dia, ora, claro, cedo! Vejam meu ponto de vista, se é domingo, não tem trabalho, não há compromissos, não há o que fazer, por que deveria ao menos acordar? Pois bem, acordei cedo assim e após a higiene "matinal" vim ao computador. Ao sentar em minha escrivaninha percebi que não tinha o que fazer, passei um bom tempo apenas olhando para a tela, ainda sonolento, decidindo por onde começar! Devo ter ficado nesse estado mais ou menos por uma hora, sim, apenas estático, sentado. Depois desse tempo todo comecei a pensar se estava com sintomas de solidão, cheguei à conclusão que não.

Em minha singela forma de pensar solidão é nada mais que a retração do seu ser ao meio ambivalente (digo, o seu e a sociedade. A saber, definição de ambivalência para psiquiatria). Nos conceitos eruditos a solidão trata do excesso de sensação de vazio que acomete um indivíduo, da falta de contato, ou seja, os psicólogos têm a certeza de que uma pessoa solitária é um completo antisocial, tenho certeza que entraria em uma briga por imiscuir em uma área tão aversa à minha. Gosto de estar sozinho e isso me traz muitos benefícios, muitos mesmo. Poder estudar sobre minha área, poder ler sem interrupções, dormir (isso faço muito pouco) e uma infinidade mais que minha frágil memória, neste momento, não ajuda a lembrar!

Muita gente que me conhece e sabe que passo a maior parte do meu tempo em casa e pensam que sou um solitário. Bem, eles têm razão! Talvez seja um solitário, mas aquele que usa isso como benefício e não como fuga. Tenho o controle sobre esse estado, por tanto, minha experiência com esse sentimento é prazeroso e positivo. Muita gente não consegue entender isso e nem, sequer, imagina como seria sua vida morando sozinho. Não gosto de usar termos assim, cria uma conotação surreal, mas ficar sozinho é um estado de espírito e se bem trabalhado e compreendido é bastante benéfico. Muitas pessoas não se vêm sozinhas, entram em depressão, não sabem aproveitar o que tal condição pode trazer de bom. Tenho comigo um sentimento de liberdade sem igual e é o que me faz ter idéias diferentes, insólitas (pleonasmo de novo). Grande pensador e filósofo que foi, Sartre tinha a solidão como uma condição fundamental do ser humano, pensava que as pessoas deveriam passar por essa experiência, pois deveriam buscar seu significado pelo isolamento em um determinado ponto de suas vidas. Epistemologicamente falando, estar só, é algo bom a se experiencializar (neologismo, duas vezes em uma única frase, vícios de linguagem em alta hoje). Cada um deveria fazer um teste, mas com a consciência plena de que seria apenas um teste, para não causar-se o mal com um sentimento de tão grande "vazio"! Termino esse com uma frase da música Satisfeito (Marisa Monte/Arnaldo Antunes/Carlinhos Brown) perfeitamente adequada ao assunto --"Quem foi que disse que é impossível ser feliz sozinho, vivo tranquilo a liberdade é quem me faz carinho!"--

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